A Barragem das Três Gargantas, na China, pode influenciar a rotação da Terra devido à sua enorme capacidade de retenção de água. Saiba mais sobre os impactos geofísicos da megaestrutura
A megaobra da China, a Barragem das Três Gargantas, na província de Hubei, tem sido alvo de um debate intrigante. Essa megaestrutura, além de ser a maior do mundo, estaria influenciando a rotação da Terra, segundo estudos científicos.
Construída para controlar enchentes, produzir energia e facilitar o transporte fluvial, a barragem impressiona por suas dimensões: mais de dois quilômetros de extensão e 180 metros de altura.
Desde sua apresentação, em 2014, cientistas investigaram possíveis impactos dessa obra monumental na distribuição da massa terrestre.
- Tendências e desafios do mercado imobiliário em 2025: O que esperar?
- Sol Artificial” da China quebra recorde e avança na corrida por energia ilimitada
- China surpreende o mundo com túnel submarino de 15 km e US$ 3 bilhões em investimentos
- Reviravolta na Construção: Automação e Estratégias de Expansão Moldam o Futuro
A barragem consegue reter até 40 km³ de água, um volume tão grande que pode afetar o movimento rotacional do planeta. Isso ocorre porque a redistribuição de massa altera o momento de inércia da Terra, como explica um relatório do portal IFLScience.
Evidências de alterações na rotação da Terra por conta da Megaobra da China
Estudos que analisam características semelhantes ajudam a compreender esse impacto. Em 2005, a Nasa investigou os efeitos do terremoto e tsunami do Oceano Índico de 2004.
O evento, que deslocou grandes massas de terra e água, prejudicou a duração de um dia em 2,68 microssegundos. A semelhança do caso da barragem reforça a possibilidade de que estruturas construídas pelo homem também possam alterar a rotação do planeta.
O Huffington Post destacou que a Barragem das Três Gargantas, com sua capacidade de retenção, modifica a distribuição de massa terrestre, afetando o momento de inércia e, por consequência, a rotação.
O geofísico Benjamin Fong Chao, da Nasa, afirmou que a barragem poderia estender a duração de um dia em até 0,06 microssegundos. Além disso, ele projetou um deslocamento de até 2 centímetros na posição do polo terrestre.
Impacto técnico e científico
Embora essas alterações sejam imperceptíveis para o cotidiano humano, elas são relevantes para a ciência. Pequenos deslocamentos podem influenciar sistemas que dependem de alta precisão, como relógios atômicos.
Segundo cientistas, se os impactos continuarem, as configurações nesses sistemas poderão ser necessárias, incluindo a aplicação de um “segundo bissexto negativo” no futuro.
Não é a primeira vez que atividades humanas mostram impactos no planeta em larga escala. Além das megaconstruções como a barragem, as mudanças climáticas são redistribuídas em massa por meio do derretimento das geleiras e do aumento do nível dos oceanos.
Esses fatores também mudam para alterações geofísicas, como a rotação da Terra.
O que vem pela frente
O caso da Barragem das Três Gargantas ilustra a influência crescente da humanidade no equilíbrio do planeta. Embora os impactos diretos na vida diária sejam mínimos, o estudo dessas características fornece informações valiosas sobre as interações entre atividades humanas e processos naturais.
A ciência acompanha o comportamento da Terra diante dessas mudanças, com a certeza de que mesmo as ações mais sutis podem ter repercussões globais.