Nos últimos meses, o “Bake Off Grã Bretanha”, uma onda de calor no Reino Unido, foi analisado por especialistas. Logo, chegou-se a conclusão que isso foi causado, pelo menos, 10 vezes mais, devido a interferência humana nas mudanças climáticas europeias e global.
O projeto World Weather Attribution (WWA), responsável pela análise mudanças climáticas europeias, ainda afirmou que é possível que suas descobertas ainda estejam subestimadas, alertando que as ferramentas usadas pelos cientistas para avaliar as mudanças climáticas possuem limitações, criando um ponto cego na avaliação do papel dos seres humanos nas ondas de calor.
Devido às mudanças climáticas, as ondas de calor estão cada vez mais frequentes e longas em todo o planeta. Segundo os cientistas, grande parte dessa situação ocorre devido a influência humana, porém, é difícil responder o quanto o homem tem culpa na situação.
Interessados em descobrir a influência humana sobre o calor extremo, os pesquisadores usam uma combinação de observações e modelos climáticos, ou até mesmo simulações. Embora os métodos das descobertas sejam conservadores, o calor extremo sentido na Europa Ocidente aumentou muito mais do que o estimado pelos modelos climáticos.
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Em nota divulgada à imprensa, o WWA afirmou que enquanto os modelos estimam que as emissões de gases de efeito estufa tiveram um aumento de 2ºC, as temperaturas neste onda de calor, registros climáticas indicam que a onde teria sido 4ºC mais branda, em um planeta não aquecido por atividades humanas.
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Neste sentido, a descoberta sugere que os modelos estão subestimando o impacto real das mudanças climáticas causadas pelo homem nas temperaturas do Reino Unido e Europa Ocidente. Além disso, foi possível perceber que os resultados da análise são conservadores, portanto, as mudanças climáticas aumentaram a frequência do vento mais do que o fator estimado pelo estudo.
Em junho deste ano, o Reino Unido registrou temperaturas acima dos 40ºC pela primeira vez. O governo britânico emitiu o seu primeiro alerta de calor extremo de nível vermelho da história para diversas partes da Inglaterra, incluindo a capital, Londres.
À medida que a temperatura subia, a infraestrutura do país diminuiu. Assim, uma pista de aeroporto derreteu, os trilhos dos trens entortaram, a brigada de incêndio de Londres declarou grande incidente, quando vários incêndios começaram, em um dia de serviço dos mais movimentados. Devido a isso, algumas escolas foram fechadas, enquanto hospitais e outros serviços de emergência chegaram no limite.
Segundo Friederike Otto, representante do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas do Imperial College London, na Europa e diversas outras regiões do mundo, estamos experimentando ondas de calor recordes, causando temperaturas extremas, que se tornam piores devido aos seus modelos climáticos.
Além disso, ele afirma que a descoberta foi preocupante, pois sugere que se as emissões de carbono não forem cortadas, as consequências das mudanças climáticas na Europa podem ser extremamente mortal, muito pior do que as autoridades pensavam anteriormente.
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Neste sentido, cada nova fração de grau de aquecimento global terá impactos cada vez maiores na crise climática. Em média, o mundo já aqueceu cerca de 1,2ºC, bem perto do número consensual de 1,5ºC estabelecido pelas autoridades para evitar pontos de inflexão – período onde alguns ecossistemas globais podem perder o seu equilíbrio ecológico, e ter graves dificuldades para se recuperar.
Outro apontamento dos cientistas mostrou que os resultados mostram uma onda de calor tão intensa quanto a da semana passada no Reino Unido ainda é raro nos dias atuais, com 1% de probabilidade de ocorrer todo ano. Paralelamente, registros meteorológicos apontam que os resultados da simulação por computador são conservadores, portanto, é possível que outros eventos de calor extremo semelhantes ainda ocorrem com mais frequência no mundo.