Logo após o início das obras no metrô, diversas rachaduras começaram a aparecer nas casas da Vila Invernada, zona leste de São Paulo. A estatal custeou a transferência de seis famílias da região para hotéis ou imóveis alugados, enquanto diversas outras saíram por conta própria.
Obras no metrô: Os trabalhos foram iniciados em janeiro deste ano, para realizar a construção de novos poços de ventilação. Neste sentido, a previsão para conclusão das obras da linha 2-verde, segundo o Governo de São Paulo, é de quatro anos. Entretanto, alguns problemas surgiram desde que a construção começou.
Enquanto a obra não acaba, vários moradores da região que ainda não deixaram o bairro temem que a situação piore. Isso porque a passagem da tuneladora – também conhecida como tatuzão – está prevista para 2023. Essa é a parte mais sensível da obra, o que pode afetar diversos moradores.
Em um comunicado, o Metrô de São Paulo afirmou que as casas próximas ao poço de ventilação não possuem danos estruturais. Além disso, ele reiterou que as obras contam com revisões periódicas e que, ao menor sinal de comprometimento da estrutura, diversas medidas de segurança são adotadas imediatamente com os reparos. Paralelamente, quando é necessário, é feita a remoção das famílias para hotéis custeados pelo metrô, com pagamentos integrais de aluguel.
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Além disso, o Metrô ainda afirma que além de informaçãoes aos moradores sobre todas as etapas da obra, mantém centrais de relacionamento exclusivas para o atendimento aos imóveis no entorno de suas obras.
Entretanto, os moradores da região negam a versão da companhia. Cristiane São Marcos, 53, nutricionista, informa que cada família recebe uma promessa ou informação diferente. Moradora da rua Engenheira Cesteri, lugar onde as obras da linha 2-verde começaram, ela contratou um advogado para resolver a questão.
O advogado contratado por Cristiane, Donisete Garcia, afirma que representantes do Metrô apresentaram durante uma reunião documentos que apontam que o imóvel de sua cliente deveria ser interditado mediante os danos apresentados à estrutura e eventuais problemas causados no solo.
Dessa forma, ela afirma que o documento mostrava que o maciço que protege o lençol freático, local onde a água fica acumulada, rompeu. Além disso, ao questionar o engenheiro responsável pela obra, a advogada não obteve resposta. Entretanto, a empresa nega a existência desses documentos.
Sendo assim, Cristiane e Donisete solicitaram ao Metrô os documentos que comprovem as medições realizadas para controle da estabilidade do solo. Porém, até os dias de hoje, nada foi disponibilizado, segundo eles.
Obras no metrô em SP
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Obras da linha 2-verde afetam moradores de São Paulo
Além dos problemas ocorridos nos imóveis, as ruas no entorno das obras da linha 2-verde também apresentam afundamentos e trincas, ocasionados pela passagem de caminhões que levam e retiram materiais dos canteiros.
Neste contexto, Marco Aurelio Oliveira, um geólogo, que conheceu o caso através de Cristiane, explica que obras como a do Metrô costumam causar movimentações bruscas no solo. Sobre a situação, ele afirmou que o subsolo é formado por camadas de matéria que protegem o lençol freático, então, com a movimentação causada pela escavação, essas camadas podem se romper. Assim, a ruptura aumenta a umidade do solo, fazendo com que as fundações de construções fiquem frágeis.
Além disso, ele também declarou que o asfalto quebrado também é um sinal de perigo, pois pode significar que o acúmulo de água no subsolo está deixando espaços ocos. Por isso, as casas podem não estar mais ficando no solo, mas, sim, flutuando.
Segundo relato de alguns moradores, também existe o problema da falta de união. Isso porque muitos dos que deixaram suas casas foram realocados para imóveis maiores e avisados pelo Metrô, que teriam suas casas reformas ao fim das obras, o que os deixou satisfeitos.