China bate recorde com “sol artificial”, mantendo fusão nuclear por 1.066 segundos. Avanço promete energia limpa e infinita para o futuro
O Tokamak Supercondutor Avançado Experimental (EAST), conhecido como “sol artificial” da China, alcançou um marco histórico nesta segunda-feira (20).
O dispositivo conseguiu manter um plasma confinado de alta eficiência por impressionantes 1.066 segundos, estabelecendo um novo recorde mundial. Este avanço é visto como um passo crucial na busca pela geração de energia por fusão nuclear.
Sol Artificial da China: Energia limpa e infinita
O objetivo do EAST é simular o processo de fusão nuclear que ocorre no Sol. Essa tecnologia, ainda em desenvolvimento, promete uma fonte de energia praticamente ilimitada e limpa.
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Além disso, é vista como essencial para futuras missões espaciais de longo alcance, incluindo aquelas que podem ir além do sistema solar.
Segundo especialistas, a marca de 1.000 segundos representa um ponto-chave para o progresso da fusão nuclear. Antes disso, o próprio sol artificial já havia atingido um recorde de 403 segundos em 2023.
Desafios da fusão nuclear
Pesquisadores do mundo inteiro trabalham há mais de 70 anos para dominar a fusão nuclear, mas os desafios são imensos.
Para que um reator de fusão funcione de forma eficiente, ele precisa atingir temperaturas superiores a 100 milhões de graus Celsius e operar por longos períodos de maneira controlada.
“Um dispositivo de fusão deve ser capaz de operar de forma estável por milhares de segundos. Isso é essencial para garantir a circulação contínua do plasma e, assim, a geração de energia de forma auto-sustentável”, explicou Song Yuntao, diretor do Instituto de Física de Plasma da Academia Chinesa de Ciências (ASIPP), responsável pela EAST.
Avanços tecnológicos
Gong Xianzu, chefe de operações experimentais do EAST, destacou melhorias recentes no equipamento. Um dos avanços é o sistema de aquecimento, que agora possui o dobro da capacidade de produção em comparação com os experimentos anteriores.
Este sistema opera no equivalente a quase 140.000 fornos de micro-ondas, garantindo estabilidade e continuidade no processo de fusão.
Desde que começou a operar, em 2006, o EAST tem sido uma plataforma de testes aberta para cientistas chineses e estrangeiros. Esses experimentos são fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias que viabilizam a aplicação prática da fusão nuclear.
Colaboração internacional
A China é um dos membros do projeto do Reator Internacional Termonuclear Experimental (ITER), em construção no sul da França.
O ITER será o maior dispositivo de fusão nuclear do mundo, utilizando confinamento magnético. A contribuição chinesa, liderada pela ASIPP, representa cerca de 9% do desenvolvimento do projeto.
Nos últimos anos, o EAST forneceu avanços cruciais para reatores como o ITER e o futuro Reator Experimental de Engenharia de Fusão da China (CFETR). Estas pesquisas oferecem referências valiosas para a construção de reatores ao redor do mundo.
“Esperamos que as colaborações ajudem internacionalmente a trazer a energia de fusão para um uso prático em breve”, disse Song.
Novas instalações em Hefei
Em Hefei, na província de Anhui, onde está localizada a LESTE, novas instalações estão sendo construídas para acelerar o desenvolvimento da fusão nuclear. O objetivo é avançar ainda mais rumo à utilização prática desta tecnologia, que pode mudar o futuro da energia global.