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Liberação do FGTS trará queda para a economia no setor da Construção Civil

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/02/2022 às 23:56
Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da Construção Civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento
Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da Construção Civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento. Fonte: Pixabay

Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da construção civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento

Após a anunciação de uma possível liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por parte do Governo Federal, sindicatos do setor da construção civil comentaram, durante esta última quinta-feira, (24/02), sobre os impactos da decisão no segmento. Assim, os órgãos do setor acreditam que a liberação do fundo irá trazer uma queda no fluxo de obras e prejudicar tanto a economia quanto a geração de emprego.

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Governo Federal analisa liberação do FGTS e setor da construção civil poderá sofrer consequências da decisão 

Durante esta última semana, o Governo Federal anunciou que está analisando a liberação de R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para cerca de 40 milhões de trabalhadores que têm saldo nas contas do fundo e que serão autorizados a sacar até R$ 1.000,00. Com essa decisão, Paulo Guedes visa aquecer a economia do mercado nacional e atrair uma circulação maior de capital no país durante o ano de 2022. 

No entanto, o setor da construção civil poderá ser bastante afetado com a liberação do fundo, uma vez que ele representa uma grande base para as obras realizadas dentro do segmento e para o impulsionamento da criação de empregos na construção. O fundo foi desenvolvido para o financiamento de habitação, infraestrutura e melhorias na qualidade de vida e, com a possível liberação, as obras no setor da construção podem apresentar uma grande queda no ano. 

Com isso, o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Fiemg, Geraldo Linhares, destaca que “O Fundo de Garantia é o posto Ypiranga do Paulo Guedes. Como é um fundo privado que tem dinheiro, toda vez que precisa, o governo parte para cima dele. Esses recursos não vão girar a economia. O beneficiado não vai comprar fogão, vai pagar o que está devendo, e, na maioria das vezes, é o banco, o que só alimenta o setor financeiro. Na construção civil, você vai movimentar 97 setores de uma cadeia que começa no transporte dos trabalhadores para a obra e termina na entrega das chaves”.

Órgãos do segmento da construção civil se posicionam contrários à análise de liberação do FGT por parte do governo Bolsonaro 

O governo do presidente Jair Bolsonaro já ficou conhecido pela liberação do FGTS de forma inesperada e, caso esse ano ocorra mais uma abertura para o fundo, será a terceira vez desde o início do seu mandato, uma vez que houve a liberação em 2019, com o saque imediato, e a segunda em 2020, como recurso emergencial durante a pandemia da Covid-19. Assim, as entidades do setor da construção civil continuam demonstrando a sua preocupação em relação aos impactos da decisão dentro da economia e do desenvolvimento de obras no segmento. 

Dessa forma, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) encaminhou uma carta de alerta ao Ministério da Economia para discutir sobre os impactos da liberação do fundo na economia do setor. A Cbic acredita que o fundo não deve ser percebido como um complemento de renda para gastos banais, mas sim para investimentos em moradia, infraestrutura e qualidade de vida, o que vai contra a liberação do FGTS sem fundamentos legais. 

Por fim, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (Abed-MG) acredita que essa decisão vem sendo pensada como uma jogada eleitoral e não está levando em consideração a possível queda nas obras dentro do segmento, bem como os prejuízos para a economia da construção civil.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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