1. Início
  2. / Indústria e Construção
  3. / Liberação do FGTS trará queda para a economia no setor da Construção Civil
Tempo de leitura 3 min de leitura

Liberação do FGTS trará queda para a economia no setor da Construção Civil

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/02/2022 às 23:56
Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da Construção Civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento
Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da Construção Civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento. Fonte: Pixabay

Com a liberação do FGTS, concedida pelo Governo Federal, as entidades do setor da construção civil, a decisão irá acarretar em uma queda das obras e prejudicar a economia do segmento

Após a anunciação de uma possível liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por parte do Governo Federal, sindicatos do setor da construção civil comentaram, durante esta última quinta-feira, (24/02), sobre os impactos da decisão no segmento. Assim, os órgãos do setor acreditam que a liberação do fundo irá trazer uma queda no fluxo de obras e prejudicar tanto a economia quanto a geração de emprego.

Não perca:

Governo Federal analisa liberação do FGTS e setor da construção civil poderá sofrer consequências da decisão 

Durante esta última semana, o Governo Federal anunciou que está analisando a liberação de R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para cerca de 40 milhões de trabalhadores que têm saldo nas contas do fundo e que serão autorizados a sacar até R$ 1.000,00. Com essa decisão, Paulo Guedes visa aquecer a economia do mercado nacional e atrair uma circulação maior de capital no país durante o ano de 2022. 

No entanto, o setor da construção civil poderá ser bastante afetado com a liberação do fundo, uma vez que ele representa uma grande base para as obras realizadas dentro do segmento e para o impulsionamento da criação de empregos na construção. O fundo foi desenvolvido para o financiamento de habitação, infraestrutura e melhorias na qualidade de vida e, com a possível liberação, as obras no setor da construção podem apresentar uma grande queda no ano. 

Com isso, o presidente da Câmara da Indústria da Construção Civil da Fiemg, Geraldo Linhares, destaca que “O Fundo de Garantia é o posto Ypiranga do Paulo Guedes. Como é um fundo privado que tem dinheiro, toda vez que precisa, o governo parte para cima dele. Esses recursos não vão girar a economia. O beneficiado não vai comprar fogão, vai pagar o que está devendo, e, na maioria das vezes, é o banco, o que só alimenta o setor financeiro. Na construção civil, você vai movimentar 97 setores de uma cadeia que começa no transporte dos trabalhadores para a obra e termina na entrega das chaves”.

Órgãos do segmento da construção civil se posicionam contrários à análise de liberação do FGT por parte do governo Bolsonaro 

O governo do presidente Jair Bolsonaro já ficou conhecido pela liberação do FGTS de forma inesperada e, caso esse ano ocorra mais uma abertura para o fundo, será a terceira vez desde o início do seu mandato, uma vez que houve a liberação em 2019, com o saque imediato, e a segunda em 2020, como recurso emergencial durante a pandemia da Covid-19. Assim, as entidades do setor da construção civil continuam demonstrando a sua preocupação em relação aos impactos da decisão dentro da economia e do desenvolvimento de obras no segmento. 

Dessa forma, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) encaminhou uma carta de alerta ao Ministério da Economia para discutir sobre os impactos da liberação do fundo na economia do setor. A Cbic acredita que o fundo não deve ser percebido como um complemento de renda para gastos banais, mas sim para investimentos em moradia, infraestrutura e qualidade de vida, o que vai contra a liberação do FGTS sem fundamentos legais. 

Por fim, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (Abed-MG) acredita que essa decisão vem sendo pensada como uma jogada eleitoral e não está levando em consideração a possível queda nas obras dentro do segmento, bem como os prejuízos para a economia da construção civil.

Comentários fechados para esse artigo.

Mensagem exibida apenas para administradores.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

Compartilhar em aplicativos