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Alta da Selic impede a continuidade no aquecimento do setor da construção civil

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 31/10/2021 às 23:25
A elevação na Selic impacta nos juros finais do setor da Construção Civil e pode frear o aquecimento da área no Brasil
A elevação na Selic impacta nos juros finais do setor da Construção Civil e pode frear o aquecimento da área no Brasil. Fonte: Dênio Simões/Agência Brasília

A elevação na Selic impacta nos juros finais do setor da construção civil e pode frear o aquecimento da área no Brasil

O aquecimento no setor da construção civil era um fator que estava beneficiando a economia do Brasil em torno desta área durante a pandemia. Entretanto, foi divulgado neste último sábado, (30/10), mais uma elevação na Selic, que irá impactar nos juros finais do setor, reduzir a demanda e, consequentemente, frear o aquecimento do setor no país, impactando na economia brasileira de forma grave.

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Selic mantém elevação e essa tendência preocupa especialistas em relação à situação econômica da construção civil no Brasil 

A alta demanda da construção civil e o aquecimento do setor que acompanhou o ano de 2020 e a metade de 2021 pode não conseguir se manter firme, de acordo com alguns especialistas. Isso acontece pois, em uma manobra para combater a inflação, o Banco Central (BC) mantém a elevação da Selic, iniciada em março deste ano. A consequência disso é a alta dos juros finais do setor e o encarecimento do crédito, que levam também à alta do financiamento habitacional no Brasil.

A Selic vem mantendo uma elevação constante, desde março deste ano, em diversas reuniões realizadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou os juros para 4,25%, 5,25% e 6,25% ao ano, nos meses de junho, julho e agosto, respectivamente. A elevação começou em março, com 2,75% ao ano e, agora em setembro, durante a última reunião realizada, o Copom elevou novamente os juros para 7,75% ao ano. A previsão é de que, em dezembro, a Selic esteja em 9,25% ao ano e marque a maior taxa desde 2017, o que irá impactar no setor da construção civil no Brasil. 

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel, comentou sobre o crescimento e destacou que “o baixo nível histórico da taxa de juros, que permitiu que as taxas de financiamento dos imóveis também caíssem e se elevasse a demanda, também foi um dos fatores que contribuíram com esse contexto. Por isso, essa reversão vai impactar o setor. O financiamento imobiliário tende a ficar mais caro e, com isso, menos famílias terão acesso à casa própria”.

Encarecimento do crédito junto da alta da Selic pode ser ainda mais prejudicial para o setor da construção civil

A alta da Selic faz com que os juros cresçam em torno do setor da construção civil, o que dificulta as obras e aumenta os preços dos materiais. Junto a isso, há também o encarecimento do crédito, que acontece em decorrência da elevação dos juros, e isso torna ainda mais complicado a redução dos preços finais no setor para que o aquecimento volte a acontecer no Brasil em relação a essa área. 

O crédito para esse setor é essencial, uma vez que possibilita o impulsionamento de toda a cadeia que leva ao consumidor final do setor da construção civil. Logo, com o encarecimento desse serviço, a tendência é que os juros continuem subindo e a inflação siga esse caminho, criando um cenário ainda pior no país e trazendo consequências graves, principalmente para as pessoas que buscam os seus investimentos imobiliários ou a sua casa própria. 

O presidente do Sicoob Secovicred-MG, Ariano Cavalcanti de Paula, comenta sobre o problema e afirma que “isso é resultado de uma redução exagerada da Selic no passado, quando ela chegou a 2%, notadamente fora da realidade brasileira, e causou um desajuste em todo o mercado, vide o que vivemos agora com o descontrole do câmbio e todas suas consequências”.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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