A CBIC comentou sobre o longo período de alta nos custos dos materiais que o setor da Construção Civil vem sofrendo e afirmou que esses preços devem ser refletidos nos valores finais dos imóveis
Após um longo período com altas nos custos dos materiais da Construção Civil, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) comentou nesta última sexta-feira, (25/03), sobre os impactos desses valores no setor. Assim, o órgão acredita que os valores finais dos imóveis no Brasil serão afetados e que os preços irão subir consideravelmente durante os próximos meses no país.
Veja também:
Setor da Construção Civil sofre com alta nos custos dos materiais durante os últimos meses e valores devem afetar o mercado imobiliário nos próximos meses
O setor da Construção Civil é bastante reconhecido no mercado nacional pela sua resiliência em meio a momentos de crise e, de fato, ele conseguiu se manter bastante firme durante os últimos anos da pandemia do Covid-19. No entanto, os últimos meses vêm trazendo novas perspectivas para o segmento, uma vez que os custos dos materiais para a realização de obras dentro do setor estão cada vez mais elevados e essa alta pode impactar toda a cadeia produtiva e de compra no segmento.
- Reviravolta na Construção: Automação e Estratégias de Expansão Moldam o Futuro
- Crescimento e desafios marcantes no setor da construção civil em 2024
- Apesar dos medos, construtores ainda resistem ao seguro cibernético
- Muitas vagas de emprego disponíveis no time CBS em diversas áreas da construção e montagem
Assim, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), principal referência para o setor imobiliário no país, subiu 21,76% entre setembro de 2020 e o fim de 2021, um crescimento considerável para um setor que estava aproveitando uma longa estabilidade. Além disso, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Belém tiveram uma grande alta nos custos dos materiais, mas o valor dos imóveis subiu abaixo desse patamar, entre 10% e 15, reflexo das políticas internas para manter a economia do setor imobiliário circulando, sem afetar a Construção Civil.
Agora, com os conflitos internacionais que vêm acontecendo entre a Ucrânia e a Rússia, os preços dos materiais podem sofrer com um crescimento ainda maior, devido à baixa oferta de exportação desses produtos. Com isso, a próxima safra de imóveis poderá ser ainda mais cara para os compradores, em razão dos fatores que levaram a alta nos custos das obras. A CBIC espera que os próximos meses sejam mais amenos para os preços dentro do segmento e que o mercado imobiliário não continue a ser afetado por esses valores.
Apesar de ter obtido crescimento no PIB, Construção Civil ainda sofre com altos custos dos materiais e imóveis virão mais caros para os brasileiros
Os últimos anos foram bastante positivos para o setor da Construção Civil em relação ao seu PIB, uma vez que ele avançou no ano passado 9,7% após amargar uma perda de 6,3% em 2020 e se recuperou de uma retração acumulada de 26% entre os anos de 2014 e 2021. Apesar disso, os custos dos materiais para as obras ainda continuam subindo e a CBIC se preocupa com os impactos que essa alta trará para os brasileiros.
Assim, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, comentou sobre como essa alta irá afetar, principalmente, a classe mais pobre, além de trazer sérias consequências para quem busca o seu imóvel nos dias atuais. O executivo afirmou que “Esse é o público que teve maior efeito do aumento de preços dos imóveis. Dados da Caixa Econômica mostram que 70% dos mutuários, quase todos do Verde Amarela, usam 100% por cento da capacidade da renda (para pagar prestações)”.
Agora, o que se espera é que o setor da Construção Civil continue se mantendo resiliente e possa trazer uma estabilidade maior para a população com novas oportunidades de emprego, ao passo em que os valores se estabilizam.