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Alta nos custos dos materiais da Construção Civil deve impactar nos valores finais dos imóveis, aponta CBIC

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/03/2022 às 19:56
A CBIC comentou sobre o longo período de alta nos custos dos materiais que o setor da Construção Civil vem sofrendo e afirmou que esses preços devem ser refletidos nos valores finais dos imóveis
A CBIC comentou sobre o longo período de alta nos custos dos materiais que o setor da Construção Civil vem sofrendo e afirmou que esses preços devem ser refletidos nos valores finais dos imóveis. Fonte: iStock

A CBIC comentou sobre o longo período de alta nos custos dos materiais que o setor da Construção Civil vem sofrendo e afirmou que esses preços devem ser refletidos nos valores finais dos imóveis

Após um longo período com altas nos custos dos materiais da Construção Civil, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) comentou nesta última sexta-feira, (25/03), sobre os impactos desses valores no setor. Assim, o órgão acredita que os valores finais dos imóveis no Brasil serão afetados e que os preços irão subir consideravelmente durante os próximos meses no país.

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Setor da Construção Civil sofre com alta nos custos dos materiais durante os últimos meses e valores devem afetar o mercado imobiliário nos próximos meses

O setor da Construção Civil é bastante reconhecido no mercado nacional pela sua resiliência em meio a momentos de crise e, de fato, ele conseguiu se manter bastante firme durante os últimos anos da pandemia do Covid-19. No entanto, os últimos meses vêm trazendo novas perspectivas para o segmento, uma vez que os custos dos materiais para a realização de obras dentro do setor estão cada vez mais elevados e essa alta pode impactar toda a cadeia produtiva e de compra no segmento. 

Assim, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), principal referência para o setor imobiliário no país, subiu 21,76% entre setembro de 2020 e o fim de 2021, um crescimento considerável para um setor que estava aproveitando uma longa estabilidade. Além disso, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e Belém tiveram uma grande alta nos custos dos materiais, mas o valor dos imóveis subiu abaixo desse patamar, entre 10% e 15, reflexo das políticas internas para manter a economia do setor imobiliário circulando, sem afetar a Construção Civil. 

Agora, com os conflitos internacionais que vêm acontecendo entre a Ucrânia e a Rússia, os preços dos materiais podem sofrer com um crescimento ainda maior, devido à baixa oferta de exportação desses produtos. Com isso, a próxima safra de imóveis poderá ser ainda mais cara para os compradores, em razão dos fatores que levaram a alta nos custos das obras. A CBIC espera que os próximos meses sejam mais amenos para os preços dentro do segmento e que o mercado imobiliário não continue a ser afetado por esses valores. 

Apesar de ter obtido crescimento no PIB, Construção Civil ainda sofre com altos custos dos materiais e imóveis virão mais caros para os brasileiros

Os últimos anos foram bastante positivos para o setor da Construção Civil em relação ao seu PIB, uma vez que ele avançou no ano passado 9,7% após amargar uma perda de 6,3% em 2020 e se recuperou de uma retração acumulada de 26% entre os anos de 2014 e 2021. Apesar disso, os custos dos materiais para as obras ainda continuam subindo e a CBIC se preocupa com os impactos que essa alta trará para os brasileiros. 

Assim, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, comentou sobre como essa alta irá afetar, principalmente, a classe mais pobre, além de trazer sérias consequências para quem busca o seu imóvel nos dias atuais. O executivo afirmou que “Esse é o público que teve maior efeito do aumento de preços dos imóveis. Dados da Caixa Econômica mostram que 70% dos mutuários, quase todos do Verde Amarela, usam 100% por cento da capacidade da renda (para pagar prestações)”.

Agora, o que se espera é que o setor da Construção Civil continue se mantendo resiliente e possa trazer uma estabilidade maior para a população com novas oportunidades de emprego, ao passo em que os valores se estabilizam.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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